“Existem diversos livros no mundo. Eu diria que é quase impossível não existir nenhum que seja para você.”
Em minha opinião, essa é uma das melhores frases que já criei até hoje, já que ela representa muito da minha relação com leitura e livros.
Então, para comemorar o dia nacional do livro, decidi trazer este texto contando a vocês um pouco sobre a minha relação com a leitura de livros e, quem sabe, incentivar de alguma forma vocês a lerem mais.
Quando eu tinha uns 7 anos, estudava em uma escola que exigia uma leitura semanal de pequenos livros. Todas as sextas-feiras precisávamos preencher um relatório a respeito do livro que havíamos lido na semana, e, além disso, durante cada bimestre existia um livro principal que precisávamos ler avidamente para fazer uma prova.
Lembro até hoje que, para fazer essa prova bimestral, eu lia e relia o livro ao menos umas 7 vezes durante o bimestre.
Era sinceramente uma tortura ter que fazer essas leituras insanas de coisas que eu simplesmente passei a odiar.
Por conta disso e toda a raiva que as matérias comuns da escola que eu tinha (eram muitas para uma criança de 7 anos), me faziam pedir constantemente para meus pais me tirarem daquela escola (segundo eles eu chegava a chorar querendo isso)...
Desde que saí daquele lugar, tornei a pegar alguns livros da biblioteca de minha nova escola, muito por influência dos meus “coleguinhas”. Meio que eu via todo mundo indo pegar algum livro aleatório e então eu pegava também. Apesar de pegar, era apenas decoração por alguns dias no meu quarto, após isso eu devolvia.
Eu realmente passei a odiar todas essas histórias de livros…
Talvez você não me conheça, mas sou e sempre fui uma pessoa curiosa, questionadora e relativadamente chata, haha. Isso também se aplicava a mim mesmo. Sempre me questionei sobre as coisas que eu fazia, falava, pensava… Tudo isso com minha curiosidade e vontade de ter experiências novas me levam a sempre repensar alguns de meus gostos e “não gostos”.
Meio que eu sempre tentava provar/repetir algumas coisas das quais não gosto, para lembrar que eu não gosto ou tentar ver com novos olhos.
Coloquei esse conceito em prática em meu 6º/7° ano. Como eu havia mudado novamente de escola, existia uma nova biblioteca e, consequentemente, uma gama maior de livros para serem explorados.
O diário de um banana. Você provavelmente já deve ter escutado falar dessa coletânea de livros. Ela é bastante famosa entre pré-adolescentes.
Sinceramente, odiava com todas as minhas forças. Era algo completamente chato, bobo e ridículo, para mim, na época.
O mesmo aconteceu com outros livros que eram “famosinhos” entre o pessoal, e igualmente chatos…
Mesmo assim, eu ainda estava com uma curiosidade imensa, já que eu sempre escutava personagens de animes e filmes falando o quão incrível o mundo da leitura era e que isso acabava com o tédio deles.
Então, movido por minha incessante curiosidade e a vontade de acabar com um pouco de meu tédio, decidi que ainda não era hora de desistir.
Foi neste exato momento que minha frase: “existem diversos livros no mundo. Eu diria que é quase impossível não existir nenhum que seja para você.”, fez sentido.
Eu encontrei o primeiro livro que me tirou do tédio, me mostrou um mundo novo e eu gostei.
Na época eu não tinha dinheiro para comprar o livro e deixar guardado como uma recordação do “primeiro” livro que eu realmente gostei, porém, no início do ano passado mais ou menos, decidi procurar o mesmo e comprá-lo...
Após isso, fiquei mais animado, encontrei alguns livros bastante interessantes, porém a leitura não era algo que eu realmente havia vivido em minha vida.
Provavelmente durante todo meu ensino fundamental, eu tenha lido apenas uns 5 a 7 livros.
Todos eles, livres de qualquer coerção por parte da escola ou pais…
Chegando ao ensino médio, tornei a questionar o motivo de eu ler tão poucos livros, e com isso decidi começar a tentar ler mais livros… Minha busca por livros recomeçou.
Foi no primeiro ano que, de certa forma, li minha primeira série de livros, e pela primeira vez li um livro com mais de 300 páginas e outro livro com mais de 300 páginas em uma semana.
Novamente, livros que conseguiram me tirar do tédio, mostrar um novo mundo e eu gostava.
Acredito que no meu primeiro ano, eu tenha lido uns 8 livros…
Já no meu segundo ano, estava mais “aberto” para o mundo da literatura. Estava lendo livros ficcionais e não ficcionais, e a cada livro que eu terminava, o mundo estava se tornando ainda mais diferente para mim.
Sempre lendo livros que eu gostava. Se eu começasse a ler algo e de alguma forma eu não estivesse curtindo e minha curiosidade não se manifestasse durante a leitura, eu simplesmente parava de ler e tentava ir para o próximo…
Além disso, eu transformei minha leitura em uma espécie de “negócio”, já que livros físicos no Brasil são caros. Então, basicamente, os livros que eu gostava e eram bons eu criava um marketing para meus colegas e amigos fazendo com que eles comprassem de mim os livros que eu já havia lido, deste modo eu sempre tinha o dinheiro que havia pago no livro e conseguia um lucro para comprar mais livros e etc.
No segundo ano, provavelmente cheguei a ler uns 10/12 livros…
Em 2020 percebi que realmente gosto de ler e que a cada vez que leio, independente do livro, uma nova maneira de sentir e interpretar o mundo ficará comigo ao terminar de cada página.
É exatamente por isso que essa minha frase: “existem diversos livros no mundo. Eu diria que é quase impossível não existir nenhum que seja para você.”, é uma das melhores frases que já criei…
Para finalizar, gostaria de dizer que até dado momento do ano, tive mais de 46 diferentes maneiras de sentir e interpretar o mundo...
E você, quantos livros já leu este ano?
Escritor: Lucas Garcia
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Originalmente publicado:lucasgarciajornada.com
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