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Música, a Maior Vilã dos Professores? Ou a Melhor Amiga dos Alunos?

Durante toda a minha vida de estudante, convivi com colegas que adoravam escutar músicas enquanto estavam na aula, faziam deveres, estudavam, copiavam ou qualquer coisa do gênero… Eu diria que, mais da metade dos estudantes que já tive algum tipo de interação social, adoravam escutar músicas enquanto faziam alguma atividade.

Na maioria das vezes, quando um professor percebia que isso estava ocorrendo, um grito surgia sinalizando uma advertência e mandando que tirassem o fone e guardassem o celular, mesmo que a atividade fosse algo extremamente idiota, como copiar coisas aleatórias de um livro e/ou quadro.

Além disso, se analisarmos a tendência nos últimos anos do estilo de música mais escutado para estudar, o Lo-fi, conseguimos observar um crescimento progressivo:

Como sou uma pessoa extremamente curiosa e que adora saber o motivo que as pessoas tomam determinadas ações, geralmente perguntava para meus colegas o porquê deles escutarem música até mesmo quando estavam estudando…

A maioria das respostas era de que a música ajudava a se concentrar ou, de algum modo, facilitavam a absorção de conhecimento…


Bem, em um determinado ano, eu tive um professor que defendia ferrenhamente o argumento de que era impossível você escutar música e fazer outra atividade… Principalmente se esta atividade fosse de cunho intelectual.

Toda vez que ele percebia que um aluno estava fazendo isso, mesmo se fosse uma atividade de cunho manual, ele parava todas as outras coisas e repetia o mantra de que era comprovado cientificamente que poucos seres humanos conseguiam realizar duas atividades simultaneamente, por tanto, escutar música e estudar estaria fora de cogitação.


Baseando no argumento que é impossível para a maioria das pessoas realizar duas antividas simultaneamente, mesmo sendo uma atividade simples e passiva como escutar música, também podemos chegar no ponto lógico de que impossível para uma pessoa realizar anotações enquanto está escutando uma explicação…

Bem, eu de fato conheço diversas pessoas que preferem prestar atenção no que o professor está falando do que anotar palavras importantes ou qualquer coisa do tipo… Assim como, conheço pessoas que preferem anotar pontos importantes e escutar a explicação.

Inclusive, este mesmo professor solicitava carinhosamente… Para que os alunos fizessem anotações enquanto ele estava falando.

De qualquer modo, se perguntarmos para as pessoas porque elas preferiam fazer do jeito que estavam fazendo, a resposta sempre era: “funciona melhor para mim dessa forma”.


Devo concordar que fazer a comparação entre escutar música e realizar anotações enquanto escuta uma explicação, possa ser uma “forçação de barra”... Porém, o que eu gostaria de destacar é que, apesar de algumas pessoas aprenderem melhor de uma maneira X ou Y… Fazendo a coisa H ou J… Não me parece existir uma verdade absoluta que define todos os seres humanos.

Afinal de contas, cada um de nós é um individuo diferente.


Falo tudo isso, pensando que cada um de nós, possui a estrutura biológica mais complexa do planeta Terra...

O cérebro é algo tão complexo que, assim como as impressões digitais, nenhum ser humano possui a mesma conjuntura cerebral que outro… Isso, inclusive, é uma barreira para tecnologias de integração direta entre o cérebro e o mundo virtual.

Nós podemos observar o quão louco e diferente nossos cérebros são, ao analisarmos, por exemplo, a maneira como cada um de nós consegue aprender melhor um determinado assunto, habilidade e etc.

Isso é representado por testes que indicam a “maneira que você tem maior facilidade de aprender”... Onde, suas formas mais famosas são “Auditiva”, “Visual”, “Leitura”, “Escrita” e “Cinestética”.


Eu voltei a pensar a respeito disso após escutar em um audiobook o mantra do meu antigo professor, porém, com uma diferença… No livro chamado “Limitiless” o autor afirma que existem diversas pesquisas cientificas dizendo que escutar música enquanto estuda, não apenas ajuda a uma melhor absorção de conhecimento, como também, estimula o foco do nosso cérebro e a memória.

Inclusive, o autor recomenda que as pessoas criem playlists para escutarem as mesmas músicas todas às vezes que forem estudar…


Talvez, o que me chamou atenção em tudo que ele apresentou no livro, foi que de fato, eu havia passado por aquilo.

Em 2020, a maioria dos livros de ficção que li, foram acompanhados por uma playlist única de piano… Inicialmente, eu só estava fazendo isso, pensando em evitar que barulhos externos atrapalhassem minha concentração.

Após alguns livros lidos com esse habito, eu comecei a observar algo diferente acontecendo… De algum modo, toda vez que eu escutava aquelas mesmas músicas um “sentimento” de algum dos livros que li, aparecia… Automaticamente, eu começava a relembrar as histórias, lugares e até mesmo os nomes dos personagens (e isso é algo extremamente difícil para mim… Existem pessoas que conheço a anos e ainda esqueço o nome).


Bem, não sei quais pesquisas estão certas ou erradas… Na verdade, não acredito que exista um certo ou errado em toda essa história.

Para falar a verdade, muitas das vezes que quero fazer algo, consigo me concentrar extremamente rápido ao estar em um silêncio absoluto… E, ao mesmo tempo, às vezes uma trilha sonora de fundo consegue o mesmo efeito…


Porém, em toda essa história eu acredito que um grande erro está sendo cometido e, esta é a minha real crítica.

Como falei anteriormente, diversas maneiras de aprender existem… E se nós conseguimos concordar neste ponto, isso pode significar que “castrar” um desses modos, pode ser prejudicial para um ser que está buscando se desenvolver, concorda?

Apesar deste texto estar falando sobre música, este mesmo ponto pode ser utilizado para diversas outras maneiras que as pessoas utilizam para aprender e, por serem incomuns, são obrigadas a deixar de lado para seguir o que outras pessoas julgam ser melhores para elas…

E se pararmos para pensar mais um pouquinho, o que é melhor para mim não é a mesma coisa que é melhor para você… Afinal de contas, cada um de nós, é um ser diferente, com pensamentos diferentes, desejos diferentes, vivências diferentes, ligações entre nossas sinapses diferentes…

Por exemplo, muitas vezes durante as aulas eu ficava lendo livros aleatórios de ficção… Muitos professores brigaram e mandaram eu guardar o livro? Sim… Muitos fizeram perguntas para tentar me “pegar” e supostamente saber se eu estava prestando atenção no que estava acontecendo na aula? Sim… Alguma vez eu respondi errado, tirei nota baixa na matéria, ou não consegui repetir as últimas 30 palavras que o professor falou e quase dar a aula no lugar deles? Nenhuma…

O que isso significa? Bem, nada… Apenas que talvez, a maneira como meu cérebro “funciona” é um pouco diferente da maioria das pessoas… (Confesso que bem diferente haha)


Resumindo toda a minha ópera… Acredito que faz mais sentido encorajar as pessoas a fazerem o que elas acham ser certo para elas mesmas.

Afinal de contas, elas são donas das próprias vidas, possuem a capacidade de fazer escolhas e não cabe a pessoas externas decidirem o que é certo para a pessoa X ou não.

Ou seja,

Você aprende melhor escutando música? Ótimo, escute música.

Você aprende melhor lendo? Ótimo, estude lendo.

Você aprende melhor apenas escutando? Ótimo, grave o áudio da aula e escute quantas vezes você quiser.

Você aprende melhor… fazendo x ou y? Ótimo.


Não me entenda mal… Isso não isenta o individuo de arcar com as consequências de suas escolhas… E, isso é mais um aprendizado que qualquer pessoa deveria ter…


Em outras palavras, se o aluno tentou o modelo X e Y e não deu certo… Bem, ele vai se fuder… Se ele tentou o modelo J, K, L e ainda não deu certo… Bem, vai se fuder de novo…


Após diversos fracassos durante essa jornada, o aluno vai encontrar a maneira mais eficiente que ele aprende… Ou, às vezes, ele vai encontrar isso de primeira… A vida não é justa… De toda forma, no momento em que o aluno descobrir a sua maneira, eu posso garantir que os ganhos que ele terá por realizar isso, serão incomparáveis e justificaram todas às vezes que ele se fudeu.


Bem o que você acha?

Se curtiu, dá um help ajudando a compartilhar ^^.


Escritor: Lucas Garcia

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4 Comments


Tiago Alves
Tiago Alves
Jul 13, 2021

Gostei demaaais do texto. Eu tinha chegado em um momento da minha vida que eu só conseguia entender o que o professor falava quando eu estava ouvindo alguma música no fone, eu li esse texto ouvindo música kkkk.... acredito que isso deve ser divulgado para que mais mentes sejam "abertas" nesse ponto.

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Olucasgarcia
Olucasgarcia
Jul 14, 2021
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😄

ksksksks.

Concordo... Realmente acredito que quanto mais possibilidades as pessoas tiverem, melhores ideias e formas podem surgir...

Como dito no livro "Free Private Cities":

"A afirmação de que todas as pessoas são iguais não é apenas uma falsidade, mas a raiz da maioria dos males políticos dos tempos modernos. Em vez disso, o seguinte deve ser aplicado: Todo ser humano é único. Deixe-os fazer o melhor que puderem e dar-lhes a liberdade de fazê-lo."
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rebecacunharcc
Jul 09, 2021

Ficou show Lucas! Sempre gostei muito de ouvir música e em meu caso sempre me ajudou em muitas situações! 👏👏👏👏

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Olucasgarcia
Olucasgarcia
Jul 09, 2021
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É incrível como música sempre consegue melhorar as coisas (≡^∇^≡)

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