Domingo, 22:13.
A poucos minutos atrás estava escrevendo a continuação do meu livro Outlanders. Até agora, já escrevi umas 20 mil palavras, fora todas as ideias e a própria construção do mundo em si… São quase três meses de trabalho só nesse livro. Mas, uma pergunta pairou sobre minha cabeça:
Isso realmente vale a pena?
Estou desabafando isso porque sinceramente é o sentimento que às vezes surge em mim.
O primeiro livro que publiquei foi “A Vida Que Eu Me Lembro”, gastei quase três anos para escrevê-lo, revisá-lo e por fim, publicá-lo em 2023. Boa parte dele foi escrito nas madrugadas. Literalmente acordava por volta das 4h30 e logo abria o computador para trabalhar na maldita história.
Outlanders — o segundo livro que publiquei — teve um processo um pouco diferente… usei muito do que aprendi com meu fracasso do primeiro livro que nunca publiquei, mais as incontáveis horas escrevendo o A Vida Que Eu Me Lembro, para ter um processo mais fluido e interessante.
E o meu terceiro livro publicado (Amor & Obsessão) ficou em uma situação parecida.
Mas, o denominador comum de todos esses livros foi algo que conheço muito bem chamado de FRACASSO.
Sim, estou exagerando.
Por algumas métricas, não considero nenhum desses livros fracassos. Literalmente através deles, me tornei o autor favorito de algumas pessoas — literalmente essa é minha missão de abertura dos livros:
Fora que consegui fazer as pessoas chorarem e sentirem coisas por personagens que são completamente fictícios. E nem preciso falar sobre as pessoas que criam teorias, memes ou projeções para cada um desses livros.
Se for olhar por essas métricas, até que está indo bem.
Mas, sendo bem sincero, a quantidade de pessoas que se encaixam nessas categorias é pequena.
Não sou um autor famoso. Não sou um autor conhecido. Se brincar, minha “base de leitores fieis”, não chegam nem a cinco dedos de uma mão.
Já tive que praticamente implorar para alguns amigos lerem meus livros.
(Diga-se de passagem, isso é tão chato que prometo pra mim mesmo nunca mais fazer).
Então, é levando tudo isso em consideração que as vezes, enquanto estou escrevendo, me pego nessa dúvida de “será que realmente vale a pena?”. Talvez a solidão da criação até contribua um pouco para essa sensação niilista de realmente questionar se há algum tipo de sentido em continuar uma atividade que basicamente você é o único que dá a mínima.
Então, por que continuar?
O feedback que o mundo te entrega é fundamental, mas se motivar apenas pelo externo não vai te levar a lugar algum. O fato é que essa sensação é apenas uma forma disfarçada do desgosto de ser rejeitado.
A verdade mesmo é que tenho uma visão para cada uma das coisas que escrevo. Ela não depende dos outros, mas sim de mim. Se eu realmente desistir no momento em que essas dúvidas pairam sobre mim, basicamente estarei rejeitando a mim mesmo….
Se até você rejeita a si mesmo, quem é que vai ter reconhecer?
Talvez eu tenha ido longe demais com esse argumento, mas há três fatos aqui que são realmente úteis:
Gênios apenas são reconhecidos como gênios depois do sucesso.
Qualquer pessoa que tenta uma ideia louca e idiota que acaba fracassado é reconhecido como louco e idiota. Qualquer um nas mesmas condições que atinge o sucesso, é o gênio indomável que sempre teve uma visão de sucesso.
Todos estamos carecas de saber sobre isso.
Você precisa ser o primeiro na multidão a bater palmas para você mesmo.
Enquanto você ainda é o louco, precisa acreditar em sua própria visão. Precisa ser a pessoa que começa aquele bater de palmas inicial no meio de uma multidão que está completamente calada esperando que alguma coisa mude toda a situação.
Você precisa permanecer assim até que uma segunda pessoa comece a aplaudir também… e então uma terceira, quarta, quinta… e eventualmente todos estão aplaudindo.
Apenas continue fazendo suas obsessões
Se algo realmente é uma obsessão, mesmo sem plateia, você precisa continuar fazendo. As vezes, puramente por você gostar.
A máxima que eu realmente gosto de acreditar é que você só fracassa quando desiste completamente. Bem coach e anime de motivação, mas acredito que persistência é essencial para alcançar qualquer coisa grande… e é bem mais fácil ser persistente quando você está fazendo suas obsessões.
Enfim, não sei se alguém vai ler isso que chamo de texto ou se mesmo vou publicá-lo… mas se você chegou até aqui, espero que isso sirva de motivação para você continuar fazendo aquilo que acredita.
Mesmo que ninguém acredite,
Mesmo que você seja o único vendo,
Mesmo que você tenha que implorar para os outros,
Apenas continue.
Eventualmente o gênio em você será revelado para o mundo.
Domingo, 22:41.
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